sábado, 9 de outubro de 2010

A Manchester Mineira
“Juiz de Fora assistiu, ainda no Império, a criação de fábricas de tecidos, de dois grandes bancos (Territorial e Mercantil de Minas Gerais e Crédito Real de Minas Gerais) e da primeira hidrelétrica da América do Sul com finalidade industrial”. Suzana Quinet, economista especializada em Economia Industrial pela UFRJ.
Na virada do século XIX para o XX, Juiz de Fora se tornou o maior centro urbano industrial do Estado de Minas Gerais e um dos municípios mais prósperos do país. Sua produção concentrava-se nos setores industriais tradicionais, principalmente o têxtil. A “Manchester Mineira” localizava-se na Zona da Mata, sudeste de Minas Gerais, próxima ao Rio de Janeiro e dentro da área de exploração comercial do café. Segundo Virna, “a posição de destaque no meio industrial resultou de sua localização estratégica em relação aos principais eixos e redes de circulação que ligavam o centro de Minas Gerais ao porto do Rio de Janeiro”.
Um marco importante para a cidade é a construção da Estrada União e Indústria, em 1850, por iniciativa de Mariano Procópio Ferreira Lage. Esta estrada foi construída com objetivos de encurtar a viagem entre a Corte e a Província de Minas, destinando-se ao transporte do café. Neste momento, Juiz de Fora recebeu a primeira leva de imigrantes alemães.
Em 1875, a cidade de Juiz de Fora era a mais próspera entre outras localidades, possuindo a maior quantidade de escravos. Este período de prosperidade não demorou muito a declinar e, já na segunda década do século XX, a cultura do café estava desgastada na Província. Porém, esta crise não afeta muito o dinamismo da cidade, que contava já com outras atividades, como a indústria.Pequenas indústrias (de alemães, ingleses e demais colonos) foram surgindo e isso torna necessária a instituição de um sistema financeiro na própria cidade. Em 5 de setembro de 1889 nasce o Banco de Crédito Real, durante muito tempo o único do estado.

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