sábado, 9 de outubro de 2010

Mais da mesma História; A casa do juiz de fora.


A história de Juiz de Fora confunde-se com a história do século XIX mineiro. Situada na Zona da Mata, suas origens remontam à abertura do Caminho Novo. “ A estrada, construída por volta de 1703, servia para o transporte do ouro da região de Vila Rica (Ouro Preto) até o porto do Rio de Janeiro. Diversos povoados surgiram às margens do Caminho Novo, estimulados pelo movimento das tropas que ali transitavam”, afirma a historiadora Virna Ligia Fernandes Braga.
Este é o caso também das cidades de Barbacena e Matias Barbosa, originados graças aos diversos postos oficiais de registro e fiscalização de ouro da região. Outros pequenos povoados foram surgindo em função de hospedarias e armazéns, ao longo do caminho, entre eles o povoado de Santo Antônio do Paraibuna, criado em 1820. Trinta anos depois a Vila passou à cidade e em 1865 recebeu o nome definitivo de Juiz de Fora.
A Manchester Mineira
“Juiz de Fora assistiu, ainda no Império, a criação de fábricas de tecidos, de dois grandes bancos (Territorial e Mercantil de Minas Gerais e Crédito Real de Minas Gerais) e da primeira hidrelétrica da América do Sul com finalidade industrial”. Suzana Quinet, economista especializada em Economia Industrial pela UFRJ.
Na virada do século XIX para o XX, Juiz de Fora se tornou o maior centro urbano industrial do Estado de Minas Gerais e um dos municípios mais prósperos do país. Sua produção concentrava-se nos setores industriais tradicionais, principalmente o têxtil. A “Manchester Mineira” localizava-se na Zona da Mata, sudeste de Minas Gerais, próxima ao Rio de Janeiro e dentro da área de exploração comercial do café. Segundo Virna, “a posição de destaque no meio industrial resultou de sua localização estratégica em relação aos principais eixos e redes de circulação que ligavam o centro de Minas Gerais ao porto do Rio de Janeiro”.
Um marco importante para a cidade é a construção da Estrada União e Indústria, em 1850, por iniciativa de Mariano Procópio Ferreira Lage. Esta estrada foi construída com objetivos de encurtar a viagem entre a Corte e a Província de Minas, destinando-se ao transporte do café. Neste momento, Juiz de Fora recebeu a primeira leva de imigrantes alemães.
Em 1875, a cidade de Juiz de Fora era a mais próspera entre outras localidades, possuindo a maior quantidade de escravos. Este período de prosperidade não demorou muito a declinar e, já na segunda década do século XX, a cultura do café estava desgastada na Província. Porém, esta crise não afeta muito o dinamismo da cidade, que contava já com outras atividades, como a indústria.Pequenas indústrias (de alemães, ingleses e demais colonos) foram surgindo e isso torna necessária a instituição de um sistema financeiro na própria cidade. Em 5 de setembro de 1889 nasce o Banco de Crédito Real, durante muito tempo o único do estado.

Manchester Mineira

Juiz de Fora, a "Manchester Mineira"
Juiz de Fora é um município do estado de Minas Gerais, situado na Zona da Mata Mineira, sendo o quarto maior município do estado, o segundo do interior de Minas, em população, superado apenas por Belo Horizonte, Uberlândia e Contagem, com uma população estimada pelo IBGE para 2009 de 526.706 habitantes.[2] É a 35ª maior cidade do Brasil (segundo o IBGE).
Informações GeraisAtualmente um dos principais pólos industriais, culturais e de serviços de Minas Gerais, chegou a ser chamada de Manchester Mineira à época em que seu pioneirismo na industrialização a fez o município mais importante do estado e, juntamente com São Paulo, uma das cidades mais industrializadas da América Latina.[carece de fontes?] Com a grande crise econômica de 1929, a economia dos municípios mineiros ligados à cafeicultura sofreu grande abalo e Juiz de Fora só conheceu novo período de desenvolvimento a partir da década de 1960.
Sua área de influência estende-se por toda a Zona da Mata, uma pequena parte do Sul de Minas e também do Centro Fluminense.
As origens de OrigensAs origens de Juiz de Fora remontam a época do Ciclo do Ouro, portanto confundem-se com a história de Minas Gerais. A Zona da Mata, então habitada pelos índios puris e coroados, foi desbravada com a abertura do Caminho Novo, estrada construída em 1707 para o transporte do ouro da região de Vila Rica (Ouro Preto) até o porto do Rio de Janeiro. Diversos povoados surgiram às margens do Caminho Novo estimulados pelo movimento das tropas que ali transitavam, entre eles, o arraial de Santo Antônio do Paraibuna povoado por volta de 1713.
Em 1850, o arraial de Santo Antônio do Paraibuna foi elevado à categoria de vila, emancipando-se de Barbacena (Minas Gerais) e formando um município. A elevação à categoria de cidade ocorreu quinze anos depois, quando foi adotada a denominação de Juiz de Fora. Este curioso nome gera muitas dúvidas quanto à sua origem. O juiz de fora era um magistrado nomeado pela Coroa Portuguesa para atuar onde não havia juiz de direito. A versão mais aceita pela historiografia admite que um desses magistrados hospedou-se por pouco tempo em uma fazenda da região, passando esta a ser conhecida como a Sesmaria do Juiz de Fora. Mais tarde, próximo a ela, surgiria o povoado. A identidade exata e a atuação desse personagem na história local ainda são polêmicas.
Um personagem de grande importância no município foi o engenheiro alemão Heinrich Wilhelm Ferdinand Halfeld (Henrique Guilherme Fernando Halfeld), que empresta seu nome a uma das principais ruas do comércio local e ao parque situado no centro da cidade, no cruzamento da mesma rua Halfeld e a Avenida Barão do Rio Branco, entre o prédio da Prefeitura Municipal, a Câmara dos Vereadores e o Fórum da Comarca. Halfeld, após realizar uma série de obras a serviço do Estado Imperial Brasileiro, acaba por fixar residência na cidade, envolve-se na vida política, constrói a Estrada do Paraibuna e promove diversas atividades no município, sendo considerado um de seus fundadores.
Mas contar a história de um município é mais que citar seus personagens ilustres e seus feitos. Fazemos referência à população pobre e livre que vivia na cidade, responsável pelo pequeno comércio, produção de gêneros e utensílios de primeira necessidade e aos escravos, que constituíam, na década de 1860, quase 60% da população total.